O bem-estar deixou de ser uma atividade ocasional para se tornar um estilo de vida diário e altamente personalizado. Essa transformação, liderada principalmente pela Geração Z (nascidos entre 1997 e 2012) e pelos millennials (1981 a 1996), está redefinindo completamente o mercado global de wellness, que já movimenta impressionantes US$ 2 trilhões e continua crescendo rapidamente.

De acordo com a pesquisa “O Futuro do Bem-Estar”, realizada pela McKinsey, que entrevistou mais de 9.000 consumidores nos Estados Unidos, China, Alemanha e Reino Unido, o conceito de bem-estar está ganhando novas dimensões, abrangendo saúde, sono, nutrição, condicionamento físico, aparência e mindfulness. Os dados revelam que a Geração Z e os millennials estão ditando o ritmo dessa mudança, enquanto gerações mais velhas também começam a adotar uma visão mais ampla e integrada do bem-estar.

Nos Estados Unidos, o setor já representa mais de US$ 500 bilhões anuais, com crescimento estimado entre 4% e 5% ao ano. Entre os entrevistados, 84% dos americanos consideram o bem-estar uma prioridade máxima, índice que chega a 94% na China. Mesmo representando pouco mais de um terço da população adulta americana, os millennials e a Geração Z já são responsáveis por 41% dos gastos no setor. Além disso, essas gerações demonstram prioridades distintas: enquanto a Geração Z valoriza a aparência e o autocuidado, os millennials estão mais focados em saúde mental, mindfulness e bem-estar emocional.

Outro ponto relevante é que muitas necessidades ligadas ao bem-estar permanecem não atendidas, principalmente no que se refere à saúde mental, cognitiva e intestinal. Os mais jovens, em especial, relatam altos níveis de estresse e burnout, o que contribui para a busca de soluções mais personalizadas e eficazes. Esse comportamento também influencia os hábitos de consumo: enquanto gerações mais velhas tendem a investir em produtos tradicionais, como vitaminas e suplementos básicos, os jovens preferem explorar novas possibilidades, adquirindo aplicativos de bem-estar, dispositivos de monitoramento, serviços digitais e até experiências imersivas, como retiros e viagens focadas no bem-estar físico e emocional.

Essa busca por inovação e experiências personalizadas reflete uma mudança cultural que pode se tornar um novo padrão para todas as idades. A Geração Z e os millennials compram uma variedade maior de produtos e serviços de wellness e são mais abertos à experimentação, enquanto consumidores mais velhos mantêm o foco em soluções essenciais. Porém, até mesmo as gerações anteriores estão começando a aderir a tendências que antes eram exclusivas dos jovens, como spas especializados, terapias digitais e viagens de bem-estar.

O mercado também vem sendo impulsionado por seis áreas de crescimento promissoras: nutrição funcional, envelhecimento saudável, estética e aparência, serviços presenciais de wellness, controle de peso e práticas de mindfulness. Essas tendências mostram que o setor está se diversificando e oferecendo oportunidades para marcas que desejam se diferenciar através de soluções inovadoras, digitais e integradas.

Para as empresas, os desafios são claros. É essencial quebrar barreiras e criar soluções que unam produtos, serviços e ferramentas digitais para oferecer uma experiência completa de bem-estar. Além disso, as marcas precisam demonstrar expertise científica, pois os consumidores estão cada vez mais atentos a produtos com comprovação de eficácia e dados confiáveis. Outro fator decisivo é entregar valor real: não basta competir apenas em preço, mas garantir qualidade, eficiência e custo-benefício.

O futuro do bem-estar está sendo moldado por consumidores jovens e exigentes, que enxergam saúde e qualidade de vida como parte fundamental do dia a dia. No entanto, todas as gerações estão gradualmente adotando essa visão mais ampla, tornando o wellness uma prioridade global. As marcas que apostarem em personalização, inovação e confiança científica estarão à frente, prontas para liderar um mercado que só tende a crescer.

Fonte: McKinsey & Company